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Como superar a Síndrome do Impostor para ser um escritor reconhecido

Henrique Carvalho Escrito por Henrique Carvalho em 16 de janeiro de 2020
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“Já escrevi onze livros, mas cada vez penso: uh-oh, eles vão descobrir agora. Eu fiz um jogo para todo mundo e eles vão me descobrir. ” – Maya Angelou

Não importa o quão bem-sucedido, famoso e produtivo é um escritor que sofre com a Síndrome do Impostor; o sentimento de dúvida sobre o próprio potencial nunca vai embora.

Eu também já vivi isso no passado e sei como é sentir como se você não merecesse nada daquilo que conquistou, como se tudo fosse obra do acaso, da sorte ou de estar no lugar certo, na hora certa.

Apesar de estar mais confortável hoje me comunicando em textos e vídeos, quando comecei, era um parto compartilhar meu conhecimento.

Isso porque lá no fundo sofria da Síndrome do Impostor e não acreditava ser bom o suficiente.

Colocava muito peso na opinião dos outros e preferia não compartilhar meus textos do que receber um comentário negativo.

Até que uma vez ouvi essa frase de um mentor:

“Deixar de compartilhar todo esse conhecimento que você tem por causa da opinião de pessoas que você nem conhece é muito egoísmo da sua parte.

Você está colocando o foco em pessoas negativas que não querem o seu bem e está deixando de ajudar as pessoas positivas com seu conhecimento e que desejam o seu bem”.

Hoje, uma década após um começo bem turbulento, tenho uma empresa de educação online focada em ajudar pessoas que amam escrever.

Assim como aconteceu comigo, muitas delas não realizam o sonho de publicar um livro ou construir uma audiência na internet por causa da Síndrome do Impostor, como aconteceu comigo no começo da minha carreira.

E eu sei o quanto teria perdido na minha vida se tivesse deixado esse sentimento de inferioridade dominar minhas escolhas.

Jamais imaginaria, naquela época, lá em 2009, que uma década depois eu iria impactar mais de 20 milhões de pessoas e me tornaria uma referência nacional quando o assunto é escrita.

Não estaria aqui escrevendo para você e muito menos ajudando tantos outros escritores a realizem seus sonhos.

Por isso, quero dividir com você minhas descobertas sobre a Síndrome do Impostor e também trazer ferramentas para que você possa vencer essa batalha e virar um escritor de sucesso.

Por que a Síndrome do Impostor é tão comum entre escritores?

O estudo publicado pelo Journal of Behavioral Science mostrou que 70% das pessoas vai passar por algum episódio de Síndrome do Impostor pelo menos uma vez na vida.

Isso significa experimentar:

  • Ansiedade para ser sempre o melhor.
  • Dúvidas sobre o próprio potencial.
  • Medo de falhar ou de se expor.
  • Obsessão com a perfeição.
  • Procrastinação crônica.
  • Comparação com pessoas mais bem-sucedidas e experientes.

Artistas de todas as áreas, principalmente escritores, são os profissionais mais expostos à Síndrome do Impostor pois a própria natureza do seu trabalho faz com que sejam constantemente avaliados por critérios subjetivos, afinal, um texto é bom ou ruim de acordo com quem faz essa avaliação.

Em nossa sociedade, a obra de um escritor só tem valor quando um terceiro assim o reconhece, seja por ter um livro campeão de vendas, um blog com milhões de acessos ou críticas positivas de leitores.

E quem ainda não chegou nesse estágio, sente como se não pudesse se chamar de escritor.

Avaliar o próprio sucesso através de métricas de outras pessoas é o primeiro passo para disparar a Síndrome do Impostor, ainda mais se já você já tem crenças limitantes sobre o próprio potencial.

As 10 crenças negativas mais comuns de quem sofre com a síndrome do impostor

A Síndrome do Impostor dos escritores nasce a partir de crenças limitantes, que provocam medo do fracasso e até mesmo do sucesso.

Veja se você reconhece uma ou várias dessas crenças mais comuns:

1. Não nasci com o talento para escrever.

2. Não tenho ideias boas o suficiente.

3. Vou frustrar o desejo dos meus pais.

4. Cometo muitos erros de português.

5. Vou me afastar dos meus amigos.

6. Meus textos não são bons, vou passar vergonha se as pessoas lerem.

7. Não vou conseguir ganhar dinheiro de verdade.

8. Vou me sentir mal porque não mereço o sucesso.

9. É tarde demais para começar a escrever.

10. Não tenho apoio de pessoas próximas.

A verdade é uma só (e ela é dura): as pessoas a seu redor só irão respeitar sua decisão e dar seu apoio quando você apresentar resultados.

Mas como você já sabe, para vencer a Síndrome do Impostor não basta ter mais e mais conquistas ou “escrever com perfeição“, afinal, o problema não está naquilo que se alcançou, mas na sensação de não merecimento.

Porém, antes de entrar na solução, preciso apresentar a você os 5 tipos de Síndrome do Impostor, porque reconhecer aquilo que causa angústia é o primeiro passo para lutar contra esse monstro destruidor de sonhos.

Os 5 tipos de Síndrome do Impostor

Uma das maiores especialistas na Síndrome do Impostor, Dra. Valerie Young, no seu livro “Os pensamentos secretos das mulheres de sucesso: por que as pessoas capazes sofrem da Síndrome do Impostor e como prosperar apesar dela”, classificou as pessoas que sofrem desse mal em 5 categorias:

1. O Perfeccionista

Se existe uma característica comum a todos que sofrem da Síndrome do Impostor é o perfeccionismo.

Aqueles com mania de perfeição são exigentes consigo e com os demais e quando não conseguem alcançar uma de suas metas ambiciosas sentem-se inseguros, pois não admitem fracassar ou errar.

Além disso, o perfeccionista acredita na máxima “se você quer algo bem feito, faça você mesmo” e por isso não gosta de delegar.

Como sempre acham que podem fazer melhor, nunca enxergam o sucesso dos seus feitos e não conseguem celebrar suas conquistas, levando ao esgotamento mental e a falta de confiança em si mesmo em pouco tempo.

2. O Super-herói

A Síndrome do Impostor faz a pessoa acreditar que ela precisa se esforçar muito mais do que as outras pessoas que fazem o mesmo que ela.

O resultado? Mais e mais trabalho, seguido de muito estudo. Tudo isso sem descanso, já que por acreditar não ser bom o bastante, a pessoa pensa que precisa fazer o dobro do esforço dos demais.

A carga excessiva de trabalho e estresse pode levar a outros problemas mentais como síndrome do pânico, burnout, ansiedade crônica e depressão, além de afetar o relacionamento com as pessoas próximas.

Se você dedica todo o seu tempo para seu trabalho ou para escrever, e acha que descansar é para os fracos, esse pode ser um sinal que você é o impostor super-herói.

Por mais que você ame escrever, para manter a criatividade em alta, é preciso dar espaço e silêncio para a sua mente.

O super-herói é viciado na validação que recebe através da sua escrita e não do processo de escrever em si.

Para sair dessa armadilha, é preciso abrir mão da opinião externa, pois nos momentos em que ela não chega, a Síndrome do Impostor aparece.

Não dê esse poder a outras pessoas, nem mesmo para seus clientes. Ninguém deveria decidir se você pode, ou não, sentir-se bem consigo mesmo e com a sua escrita.

Conforme você fortalece sua autoestima, é capaz de atribuir valor pelo que faz e não pelo julgamento de valor de outros.

3. O Gênio de Nascença

Quem demora para desenvolver a habilidade de escrever, por exemplo, pode sentir que nunca será um bom escritor.

Esse tipo de “impostor” tem metas altas como o Perfeccionista, porém, ele acha que precisa fazer certo logo da primeira vez.

É aquele tipo de escritor que acha que o seu primeiro rascunho já precisa beirar a perfeição.

E como ele não consegue alcançar esse feito impossível, sente vergonha e até trava na hora de criar, tamanha a pressão que coloca nos seus ombros de não poder errar e nem demorar para escrever sua obra-prima.

Algumas pessoas com esse tipo de Síndrome do Impostor nunca saem da zona de conforto porque se sentem desconfortáveis em fazer algo que não dominam.

Geralmente, são pessoas que estavam acostumadas a conseguir as coisas sem muito esforço, como tirar boas notas na escola, porém, quando se deparam com um obstáculo ou uma demora maior para conseguirem o que desejam, logo sentem sua confiança abalada.

4.O Protagonista

Conhece alguém que não aceita ajuda de jeito nenhum? Que sempre acha que dá conta de fazer tudo sozinho(a)?

Você é assim?

Essa é o tipo da Síndrome do Impostor de quem gosta de seguir “carreira solo”.

O protagonista acredita que se tiver ajuda de outra pessoa seu trabalho perde o valor. Ou pode achar que precisar de ajuda é sinal de fraqueza.

Com frequência, não aceitam conselhos, não gostam de serem acompanhados por professores e mentores mais experientes e batem cabeça tentando descobrir e dar conta de tudo.

E, quando não conseguem, a Síndrome do Impostor aparece com toda a sua força.

5.O Especialista

Os “impostores especialistas” medem seu valor com base no quanto eles sabem sobre um determinado assunto.

E como nunca acham que conhecem o bastante (sempre há algo a aprender), temem que outras pessoas descubram que eles são “falsos especialistas”.

Quer saber se esse é seu caso?

Você vive procurando cursos, livros e certificações porque acha que precisa melhorar suas habilidades para ter sucesso?

Mesmo que você escreva há anos, continua sentindo que não é bom o suficiente nessa arte?

E quando alguém reconhece a sua escrita como profissional, você sente um frio na barriga, porque no fundo acredita que não sabe quase nada do que há para saber?

Claro, o processo de aprendizado é eterno.

Eu sou um escritor há mais de 10 anos e ainda assim continuo estudando sobre o assunto quase todos os dias.

O problema é quando você coloca como pré-requisito para o seu sucesso saber mais sobre isso ou aquilo e acaba por procrastinar a parte mais importante: a da prática da escrita e a exposição do seu trabalho.

Se esse é o seu caso, recomendo que você estude conforme a necessidade surge. Se sente que precisa aprender mais sobre escrita persuasiva, para melhorar seus textos, pro exemplo, procure livros e cursos sobre esse assunto. E assim por diante.

Agora que você conhece os 5 tipos, identificou qual o seu, será mais fácil de lidar com o problema.

Como se livrar da Síndrome do Impostor

A Síndrome do Impostor não é um problema que se resolve lendo um único artigo e seguindo alguns simples passos.

Para se ver livre de vez desse problema, é preciso que você entre em uma busca sincera por autoconhecimento e não tenha medo de investigar porque a Síndrome do Impostor está tirando o brilho das suas conquistas ou impedindo que você realize seus sonhos.

Mesmo assim, listei 6 ações que me ajudaram a tirar o rótulo de “impostor” da minha cabeça.

1.Descubra quem é você de verdade

Antes de sequer começar a pensar o que você veio fazer neste mundo e qual seu propósito, você precisa conhecer a si mesmo.

E você pode dizer que sabe quem é você de verdade?

Você conhece quem se esconde por trás dessa imagem moldada pela sociedade, pela expectativa de outras pessoas e da projeção de quem você acredita que deveria ser para ser aceito(a)?

Para descobrir a resposta para a pergunta mais fundamental de todas, é preciso se despir de cada uma das cascas que escondem a sua verdadeira essência.

Entrar em contato justamente com o vazio e nele descobrir o verdadeiro eu, suas paixões e seus talentos.

Quando você realmente sabe quem você é, ninguém pode parar você. E a Síndrome do Impostor desaparece, porque você está vivendo de acordo com quem realmente é e não quem alguém que os outros gostariam que você fosse.

Você se torna o(a) protagonista da sua própria vida. E o escritor da sua própria história.

2.Controle seu medo

O medo é um sentimento que surge praticamente todas as vezes que decidimos sair de nossa zona de conforto.

Sentir medo não é um problema, mas não agir por causa dele sim.

Para crescer você terá que sair do lugar comum, experimentar e usar novas habilidades e claro correr o risco de falhar, tudo que alguém refém da Síndrome do Impostor mais teme.

Veja o fracasso como uma oportunidade. Se você errou significa que a sua solução não foi a ideal e que você terá que continuar usando seu potencial criativo até encontrar uma resposta satisfatória.

Thomas Edison, o inventor da lâmpada incandescente não criou um, nem dois protótipos, mas 10 mil deles até chegar em um produto que o calor não queimasse o filamento. E comsua persistência, deixou um legado para a humanidade.

3.Livre-se da ilusão da perfeição

A idealização de algo, a espera pelo momento certo, aquele texto que nunca está pronto para ser publicado é somente fruto de insegurança, uma forma de manifestação dessa busca desenfreada pela perfeição, típico da Síndrome do Impostor.

Uma busca ilusória, uma fantasia de que é possível atravessar um rio e chegar do outro lado completamente seco.⠀

“O perfeccionismo é uma forma congelada de idealismo, enquanto a confusão é amiga do artista”.

Guarde essas duas frases:

Como uma escultura, é preciso lapidar a pedra, palavra a palavra, para que se chegue ao produto acabado. O que você escreve hoje, sempre será pior do que você criará amanhã.⠀

O processo da escrita é uma construção, onde se levantam as bases com o rascunho inicial.

A revisão chega para arrematar detalhes, tirar os excessos e corrigir os erros cometidos durante a fase de construção.⠀

4.Aceite falhar: ao não se arriscar ou se expor você já está errando

São os erros que levam ao acerto. Nunca o contrário.⁣

O medo de errar nos transforma em seres humanos tímidos e pequenos perante a vida e faz nascer a Síndrome do Impostor.

Mergulhar de cabeça sem saber a profundidade da piscina à nossa frente. É essa mesma atitude perante a vida que vejo alguns bons escritores praticando por aí.⁣

Paralisam diante da tela ou da folha em branco por causa do medo do julgamento.⁣

Medo do que os outros vão achar das suas ideias, das suas histórias e da sua escolha de palavras.

Medo de não serem lidos. Medo de não receberem elogios. Envolvidos em uma fantasia, que mais parece uma narrativa de terror, os escritores medrosos nem começam o primeiro parágrafo.

E, se terminam seu texto, o guardam trancado dentro de uma gaveta para nunca ver a luz do dia.⁣

Assim, nunca saberão de verdade se existe talento em suas palavras.

Nunca irão desenvolver sua aptidão para escrita, porque não se colocam em um lugar onde possam errar e nem usar esses erros para crescer.⁣

Para ajudar na superação do medo de errar e na Síndrome do Impostor, recomendo a a palestra da pesquisadora e escritora Brené Brown – O Poder da Coragem, disponível na Netflix.

Na palestra, ela fala sobre o conceito da vulnerabilidade como a verdadeira coragem.

Coragem de se expor, seja na vida, seja na internet, sem medo e sem esperar um resultado específico.

Apenas abrir o coração para o que vier.

Ninguém realiza nada grandioso se não estiver disposto a ser vulnerável.

5.Reconheça o valor daquilo que você escreve

Sem precisar que alguém diga que você é bom(boa) o bastante.

Se grandes escritores precisassem dessa validação externa e deixassem a escrita de lado por causa da Síndrome do Impostor, jamais teríamos acesso a grandes obras ou livros que marcaram época.

Um dos casos mais famosos é da autora do Harry Potter, J.K. Rowling,

Ela passou 5 anos da sua vida escrevendo a história de um pequeno órfão que se descobre bruxo e vai para uma escola de magia para estudar. Durante os anos mais difíceis de sua vida, vivendo com praticamente nenhum dinheiro e muitos pensamentos suicidas. Mesmo assim, a história do pequeno bruxo foi finalizada e ela decidiu ir atrás de editoras.

Rejeição atrás de rejeição… Até que uma pequena editora se interessou em publicar seu livro.⠀

Se ela não tivesse enxergado valor na sua própria ideia, jamais teria escrito uma linha do livro que a tornou bilionária.

E mais: mesmo após ser rejeitada uma vez após a outra, ela continuou, porque sabia que a sua escrita tinha valor, independente do que os outros pensassem ou dissessem sobre isso.

Você tem direito a seu trabalho, mas não aos frutos. Mas como saber o que você vai colher se nunca plantar?

6.Tire o foco de cima de você

A crítica serve apenas para duas coisas:

  • Ser completamente ignorada, se não fizer sentido.
  • Levar ao crescimento, se tiver fundamento.

Seja como for, críticas, ainda que construtivas, podem machucar.

Mas elas só são capazes de causar dor se você se permite ser ferido por elas. Levar críticas, julgamentos e até xingamentos para o lado pessoal, automaticamente o coloca na posição de vítima.

E como tal, você se torna indefeso e está exposto a sofrer por coisas que muitas vezes nem são verdadeiras.

No entanto, quem tem o desejo de agradar a todos, vai se decepcionar cedo ou tarde, já que isso não é possível.

Além de gerar uma pressão de escrever cada artigo, cada post, cada frase como se fosse uma obra-prima da literatura.⁣

Se você junta isso às inevitáveis comparações com textos de outros autores que admira então…⁣ Parece que todo mundo nasce sabendo escrever maravilhosamente bem., menos você. E sem trabalho nenhum… só abrem o editor de texto e 5 minutos depois terminam com uma criação que deixaria até Shakespeare com inveja.⁣

Como se o próprio Shakespeare nunca tivesse recebido críticas a sua obra.

Muitos escritores enxergam suas criações como parte de si mesmos, e por isso sofrem tanto quando não conseguem ser unânimes nem mesmo entre aqueles que gostam do seu trabalho.

Só conheço um jeito de não sofrer por isso: não levando para o lado pessoal.

Lembre-se que você escreve porque é o que mais ama fazer e acredita que através da sua escrita pode ajudar outras pessoas a resolverem seus próprios problemas.

A escrita não é uma ferramenta para massagear seu ego, mas sim para alcançar as pessoas que precisam das suas palavras.

Pense nelas, e menos em você na hora de escrever, de revisar ou de publicar e você vai, aos poucos, calando a voz do impostor e fazendo florescer a do escritor. ⁣ ⁣⁣ ⁣⠀

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