Storytelling é a arte de contar histórias.
O Storytelling Online é apenas a versão mais moderna dessa habilidade humana que existe desde o início dos tempos.
É uma forma de se conectar as pessoas e torná-las mais abertas a entender suas ideias.
O Storytelling Online ou tradicional é usado para entreter, educar, passar valores morais e retratar aspectos culturais.
Não existe nada mais poderoso que uma boa história. A indústria bilionária do entretenimento está aí para provar exatamente isso.
Histórias funcionam porque:
- Ensinam
- Conectam
- Transformam
E não só no cinema, na literatura ou na TV as histórias envolvem audiências, pois as marcas de sucesso também são construídas com base em enredos atraentes e envolventes.
No Viver de Blog usamos bastante o Storytelling Online nos artigos, como no caso do “Trabalhar até morrer ou morrer de trabalhar? Por que a qualidade de vida no trabalho atual está roubando sua felicidade“.
Nesse artigo já iniciamos com uma história forte e envolvente que reflete os sérios problemas que a má qualidade de vida no trabalho pode trazer.
Veja essa introdução:
“Stephanie era uma funcionária de uma grande empresa Telecom na França em busca de um direito básico esquecido pelas grandes corporações: a qualidade de vida no trabalho.
“Era” porque, aos seus 32 anos, ela escreveu suas últimas palavras em um email enviado ao pai, pouco antes de se jogar da janela do escritório:
“O meu chefe não sabe, obviamente, mas serei a 23ª funcionária a se suicidar. Não aceito a nova reorganização do serviço. Vou mudar de chefe e, para passar por aquilo que eu vou passar, prefiro morrer.
Deixo no escritório a bolsa com as chaves e o celular. Levo comigo a minha carta de doadora de órgãos, nunca se sabe. Não gostaria que você recebesse uma mensagem desse gênero, mas estou mais do que perdida. Quero-lhe bem, papai”.
A empresa em questão é a gigante Telecom do mercado francês, Orange, com mais de 150.000 funcionários e um faturamento em torno de € 40 bilhões (aproximadamente R$ 175 bilhões hoje em dia).
Após 35 empregados se matarem entre 2008 e 2009, o diretor da época, Didier Lombard, cedeu ao cargo.
Ele foi obrigado a se retratar após sugerir que o suicídio era uma “moda” da companhia.
Além disso, o jornal francês, Le Parisien publicou um documento interno da companhia de 2006 atestando que Lombard falava deliberadamente para os diretores que ele era responsável por cortar 22.000 pessoas da empresa, adicionando:
“Ou eu farei isso de um jeito ou de outro, pela porta ou pela janela.”
Essa introdução impactante torna as pessoas muito mais curiosas e propícias a continuar lendo do que simplesmente dizer que “muitas empresas têm problemas com a qualidade de vida dos seus funcionários”, não é mesmo?
Você pode encontrar exemplos populares de Storytelling em diversos tipos de vídeos no YouTube, como os famosos “draw my life”, em que a pessoa desenha enquanto conta a história da sua vida.
Outra moda recente tem sido as biografias de pessoas famosas e jovens, especialmente YouTubers.
Apesar de muitas críticas ao conteúdo desses livros, não podemos negar que exista interesse das pessoas por eles, que os compram na pré-venda e formas filas enormes para pegar autógrafos.
Esse tipo de material apela para criar uma conexão ainda maior com o público, que é uma ferramenta extremamente forte para sustentar a fama.
No caso do YouTube isso é reforçado por existir aquele perfil de “gente como a gente”.
Os YouTubers famosos não são como atores de Hollywood, as pessoas dificilmente conseguem se conectar à realidade do Brad Pitt, da Angelina Jolie, ou até mesmo dos atores, ou cantores brasileiros.
Já o YouTube trabalha fortemente com as pessoas conseguirem se conectar com quem faz os vídeos. Acompanhar o dia a dia dessas pessoas é uma prática constante, tanto nas redes sociais quanto nos vlogs. Isso é o Storytelling Online.
Tornar o contato mais humano é muito valioso para seu público se conectar mais com você.
E você não precisa lançar uma biografia nem fazer vlogs para usar esse recurso.
Frequentemente no nosso Instagram @viverdeblog, publico vários posts usando Storytelling Online para contar coisas que passei na minha vida e me trouxeram lições importantes para entender como lidar com a VDB hoje.
O case de Storytelling Online que alcançou 8 milhões de pessoas
A publicação que alcançou tantas pessoas se chama “Recuperação” e foi publicada no Facebook na época em que o alcance orgânico ainda existia (bons tempos) . Olha só como ela foi feita:
Parece simples, certo?
Essa publicação teve mais de 51 mil compartilhamentos, mais de 56 mil likes, mais de 8,8 mil comentários e já atingiu quase 8 milhões de pessoas.
Esse tipo de viralização nunca havia acontecido com nossos conteúdos, e foi exatamente com uma postagem de Storytelling Online que tivemos esses resultados.
Grande parte dos comentários indica como as pessoas se sentiram representadas pelo texto e se identificaram com as situações que eu passei.
Esse é o grande poder do Storytelling Online, criar essa intensa conexão com as pessoas que traz resultados surpreendentes.
Sempre comento sobre como é importante mostrar um lado humano da empresa, mostrar os funcionários, bastidores, manter os erros de gravação nos vídeos (claro que sempre mostrando como algo engraçado).
Apesar de poder parecer que você não está gerando valor com esse tipo de conteúdo, você está gerando conexão. Você está ajudando as pessoas a entenderem que aquela realidade também é possível para elas.
E tudo isso é extremamente válido por si só, mas quando você adiciona uma história envolvente você irá potencializar seu conteúdo para que as pessoas gostem ainda mais dele, da sua marca e queiram acompanhar cada vez mais o seu trabalho.
E quais os princípios do Storytelling Online?
Existem muitos detalhes que poderíamos discutir sobre como criar personagens, desenvolver a narrativa, arquétipos…
Mas vamos focar nos 7 principais elementos do storytelling para a construção de marcas, seja de empresa ou de pessoas.
7 principais elementos do Storytelling Online para a construção de marcas
Veja o que você realmente precisa aplicar para atingir sua audiência, e fazê-la embarcar em uma jornada com você.
1. Desejo
Toda história tem um propósito que a move, uma motivação que coloca em ação todos os eventos que vão acontecer.
Você precisa ter clareza total desse motivador e mostrar ele logo no início da sua história.
Por exemplo, quando comecei minha jornada pelo mundo do marketing digital eu sabia que meu desejo era “Compartilhar conteúdos incríveis”.
Eu via como os conteúdos que existiam na época eram rasos e não agregavam valor, muitas vezes cheios de propagandas incômodas e invasivas.
Sem esse desejo não existiria a história do Henrique trabalhando com marketing de conteúdo. Ele foi o fundamento da minha história.
2. Problema
O problema é a concretização do obstáculo para atingir seu desejo. Ele pode ser externo, como estar acima do peso (o que é relacionado ao desejo de emagrecer).
Pode ser interno: ter medo de falar com as pessoas e ser rejeitado (relacionado a melhorar seus relacionamentos).
Ou pode ser filosófico, como um conflito entre algo que é bom ou ruim.
Ele sempre anda de mãos dadas com o desejo, mesmo que não pareça à primeira vista.
O problema é algo concreto que você tem para lidar na sua história, e também deve ser apresentado no início, pois é a partir dele que as próximas ações.
3. Mentor
O mentor é um personagem extremamente importante na história, pois ele guia a evolução do protagonista.
Ele ajuda a decidir quais desafios encarar, como lidar com eles e até mesmo qual seria o melhor caminho e a melhor solução.
A grande vantagem é que com um mentor você não precisa passar por todas as experiências que a pessoa já passou, cometer os mesmos erros, demorar o mesmo tempo para aprender as mesmas coisas.
As informações já vem filtradas sobre o que funciona ou não, basta você entender o que está sendo dito.
O mentor não precisa ser uma pessoa viva ou fisicamente presente na vida do personagem principal, ele pode surgir através de leituras, palestras, ou qualquer outro tipo de contato, especialmente quando pensamos no meio digital.
Quando você produz conteúdo, de forma geral, será o mentor da sua história, ajudando quem te acompanha.
4. Plano
O plano são os passos que você precisa seguir para colocar a missão, o projeto, em prática.
Ele precisa ser simples e claro, quase um checklist, para que seja fácil colocar os conceitos em ação.
Quando você fizer storytelling precisa ajudar seu público a entender qual é o próximo passo, quais são as soluções, o que fazer para o que você está ensinando ter um efeito real nas suas vidas.
5. CTA
Storytelling também pede uma call to action (CTA).
A pessoa está envolvida com a sua história, e é o momento de aproveitar essa relação que você construiu para indicar para ela o que fazer.
Essa CTA geralmente terá a ver com sair de zona de conforto, o que pode levar, por exemplo, a fazer uma compra.
A pessoa precisa perceber um desequilíbrio, um desconforto, algo que faça ela sentir que precisa mudar, que precisa encontrar a solução para o problema que ela tem.
6. Fracasso
O fracasso terá relação com tudo o que pode dar errado caso a pessoa não tome a decisão que você sugeriu na sua CTA.
Pode ser que ela nunca mude de vida, nunca consiga conquistar seus sonhos, não consiga manter um bom relacionamento com sua família.
Esses fracassos irão depender muito da sua história, do contexto, e do assunto da CTA, mas o importante é destacar o que a pessoa está perdendo se não tomar aquela decisão.
7. Sucesso
Para fechar sua história com um final feliz, mostre os benefícios que a pessoa receberá com a transformação.
Se ela seguir o que você ensinou, tomar a ação que antes ela não tinha coragem para tomar, sair da sua zona de conforto: quais serão as grandes vantagens que ela vai receber?
Mudar é difícil, e precisamos de benefícios para estimular a força para tomar essa atitude.
Lembre-se que a melhor parte de uma história sempre acontece no fim, então explore os benefícios para que a pessoa realmente enxergue a transformação que poderá conquistar.