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10 vícios de linguagem que sugam energia dos seus textos

Henrique Carvalho Escrito por Henrique Carvalho em 26 de janeiro de 2020
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Os vícios de linguagem sugam a energia dos seus textos silenciosamente, sem que você nem perceba que isso está acontecendo.

Em geral, somente quando alguém nos aponta é que conseguimos corrigir esses erros que tiram o impacto das suas palavras, seja na linguagem oral ou escrita.

Sua credibilidade é abalada por conta de pequenos, porém irritantes, vícios de linguagem.

Mas… calma, porque uma revisão poderosa e as informações certas (que você vai encontrar nesse artigo) vão ajudar você a resolver esse problema e, com isso, tornar a sua escrita muito mais atraente e eficiente.

A vantagem da escrita é justamente essa, poder revisar e apagar tudo aquilo que não contribui para que você se comunique de forma clara e assertiva. ⁣

Então vamos conhecer esses vícios de linguagem mais comuns e que você nunca mais vai deixar passar batido na próxima revisão:

1. Gerundismo

O gerundismo surgiu pelas sucessivas (e erradas) traduções da língua inglesa para o português.

“I´ll be doing my homework tomorrow” não pode ser traduzido ao pé a letra para “amanhã estarei fazendo meu dever de casa”.

Pelo menos não sem configurar entre os piores vícios de linguagem da nossa lista.

O Gerundismo não só tira velocidade do texto, assim como o torna irritante.

É um vício comum da linguagem oral que deve ser evitado na escrita como o diabo foge da cruz.

Veja como esse vício de linguagem torna o texto mais longo e menos impactante:

Exemplo ruim com gerundismo (82 palavras):

Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio.

Você vai estar deixando seu texto pobre e vai estar causando ambiguidade.

Com certeza, você vai estar deixando o seu conteúdo esquisito.

Vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você ainda vai estar lendo este texto…

Eu tenho certeza que você vai estar prestando atenção…

E vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em evitar estar falando desta maneira irritante.

Exemplo melhor sem gerundismo (63 palavras):

Não escreva, nem fale no gerúndio.

Você deixará seu texto pobre e causará ambiguidade.

Com certeza, você deixará seu conteúdo esquisito.

Ficará com a sensação que as coisas ainda estão acontecendo.

E como você está lendo este texto…

Eu tenho certeza que você está prestando atenção…

E irá repassar aos seus amigos, que irão entender e pensarão em evitar falar desta maneira irritante.

2. Pleonasmo vicioso ou redundância

Um dos vícios de linguagem mais comuns, e mais engraçados, é o pleonasmo vicioso ou redundância.

Muita gente não sabe, mas é diferente do “pleonasmo”, usado como recurso linguístico para gerar uma sensação, como neste caso:

“Olhou com olhos de vingança”.

No entanto, quando há uma repetição desnecessária de um significado ou expressão em uma sentença, temos o pleonasmo vicioso.

E esse vício de linguagem você não quer mais usar em seus textos e falas, pois tira espaço do texto, sendo possível cortá-los imediatamente, como nesses exemplos:

“Meninos, entrem já para dentro.” (o verbo “entrar” já carateriza ir para dentro)

“Sobe lá no andar de cima e pega o livro, por favor.” (o andar superior já está acima, sendo desnecessário o uso da palavra “sobe”)

Veja outros 25 exemplos desse vício de linguagem, mas tenho certeza que você consegue pensar em outros mais:

25 Exemplos de redundâncias e pleonasmos

  • Vamos entrar pra dentro de casa;
  • Protagonista principal;
  • Panorama geral;
  • Certeza absoluta;
  • Conclusão final;
  • Consenso geral;
  • Baseado em fatos reais;
  • Há muitos anos atrás;
  • Habitat natural;
  • Seguir em frente;
  • Abusar demais;
  • Limite extremo;
  • Nova criação;
  • Planos para o futuro;
  • A seu critério pessoal;
  • Brisa matinal da manhã;
  • Detalhes minuciosos;
  • Multidão de pessoas;
  • Gritar alto;
  • Novidade inédita;
  • Ganhar de graça;
  • Adiar para depois;
  • Surpresa inesperada;
  • Descer para baixo.

3. Solecismos

São erros na estrutura de uma frase, que podem acontecer nas normas de concordância, regência ou de colocação.

Ou seja, erros comuns e fáceis de serem corrigidos.

Regência

Geralmente, aparece com o uso de um artigo ou pronome. Veja os exemplos:

Errado: Ontem assistimos o filme (vídeo). Correto: Ontem assistimos ao filme (vídeo).

Errado: Ele é deputado da Bahia, mas não de Goiás. Correto: Ele é deputado pela Bahia, mas não por Goiás.

Errado: Instalei um programa, mas ele não é compatível do sistema. Correto: Instalei um programa, mas ele não é compatível com o sistema.

Colocação

Te espero na esquina.

Espero-te na esquina.

Ou melhor, para evitar esse tom “rebuscado”, ainda mais se você estiver escrevendo para a internet, opte por “Espero por você na esquina”.

Assim você não está quebrando as regras gramaticais, mas também não está tornando seu texto chato e excessivamente formal.

Ainda assim, opto por “cair” nesse vício de linguagem de forma intencional, para não perder o tom informal seja de um artigo ou de um texto de copy.

Concordância

“Haviam muitos itens em promoção na loja.”

Nessa frase do exemplo, temos um erro de concordância, afinal, o verbo haver, no sentido de existir, não pode ser conjugado no plural. Assim como todos os verbos impessoais, que não possuem sujeito, como:

  • Fazer
  • Ter (quando tem o sentido de existir)
  • Passar (indicação de passagem de tempo)
  • Bastar e chegar (algo chega ao seu limite)
  • Tratar (“trata-se de um assunto familiar”)
  • Verbos que se referem a fenômenos da natureza (choveu, amanheceu,etc)

 

4. Queísmo

Já percebeu quantos “quês” usamos ao escrever?

Um montão. Esse é um dos meus maiores vícios de linguagem.

Geralmente, é possível tirá-los da frase sem perda alguma de compreensão.

Dessa forma você evita repetições excessivas do “quê”, ganhando espaço e objetividade no seu texto.

Exemplo com 4 “quês” (25 palavras):

Quando chegaram, pediram-me que devolvesse o livro que me fora emprestado por ocasião dos exames que se realizaram no fim do ano que passou.

Exemplo com nenhum “que” (18 palavras):

Quando chegaram, pediram-me a devolução do livro emprestado por ocasião dos exames no fim do ano passado.

5. Jargões e palavras rebuscadas

Nove em cada dez jargões, são palavras estrangeiras, quer ver:

  1. BRAINSTORM: “Tempestade de ideias”
  2. FEEDBACK: Crítica ao trabalho entregue.
  3. APPROACH: Abordagem.
  4. BRIEFING: Informações necessárias para a execução do projeto.
  5. NETWORKING: Rede de contatos
  6. DEADLINE: Prazo limite para a entrega de um trabalho.
  7. KNOW-HOW: Conhecimento para a realização de tarefas.

Nem todos os seus leitores conhecem esses termos, e usá-los por toda parte causa um efeito como esse aqui abaixo:

“No entanto, aqui estamos nós, décadas mais tarde, e nossa escrita e conteúdo ainda estão repletos de palavras revolucionárias, de valor agregado, impactantes, de ponta e concebidas para alavancar, incentivar e sinergizar o atual paradigma.”

Handley, Ann. Everybody Writes: Your Go-To Guide to Creating Ridiculously Good Content (p. 91). Wiley.

Muito se fala e pouco diz, causando confusão em quem não está familiarizado com os termos e tédio em quem conhece.

Já escritores vaidosos, que gostam de mostrar sua inteligência e cultura para receber aprovação, usam palavras rebuscadas.

Se esse é o seu caso, saiba que o seu leitor não só não se importa com isso, como se desconecta daquilo que você está dizendo se ele não sabe o significado da palavra pomposa que você escolheu.

Na dúvida, aposte no sinonimos.com.br para encontrar palavras mais fáceis de serem digeridas (deixe o palatável para lá).  Quanto mais simples for sua linguagem, mais pessoas ela alcançará.

Veja esse exemplo. Você se sente mais à vontade lendo um texto assim:

“Seu gesto altruísta e empreendedor ensombrece e, decerto, oblitera a existência dos demais mortais que o configuram como a figura exponencial de nossa organização empresarial, baluarte de nossas vitórias.”

Ou assim:

“Esse empreendedor solidário se destaca na empresa por carregar nos ombros as vitórias da organização.”

O verdadeiro conhecimento não é medido pelas suas palavras, mas pela sua habilidade de passá-lo adiante.

6. Hipérbato (Inversão)

Uma inversão da ordem natural das palavras na frase, colocando o sujeito no final, ao invés do início.

Invertido: Das minhas coisas cuido eu!

Adequação: Eu cuido das minhas coisas.

Invertido: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas. De um povo heróico o brado retumbante.

Adequação: Às margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.

Invertido: Brincavam antigamente na rua as crianças.

Adequação: As crianças brincavam antigamente na rua.

Esqueça esse vício de linguagem se ele não possui um propósito claro, como no hino nacional.

7. Ambiguidade

Por falta de clareza na escrita, ocorre o famoso duplo sentido ou a ambiguidade.

“Ele levou sua irmã até sua casa”. De quem é essa casa, dele ou da irmã?

“Conversei com o dono do café na Avenida Paulista ontem”. Encontrou o dono na Avenida Paulista ou o café fica por lá?

Encontrar ambiguidades no seu texto, assim como nos outros vícios de linguagem, exige uma revisão bastante detalhada, de preferência feita em outro dia.

Esse é um erro que passa despercebido para o escritor, que está com os “olhos viciados” no texto e, para ele ou ela, o real sentido da sentança é óbvio; mas não será para seus leitores.

8. Cacofonia

Acontece quando surge um som desagradável pela junção de duas ou mais palavras na mesma frase, como nesse caso aqui:

“Ela tinha tudo para passar no concurso: latinha

“Eu vi ela entrando pelo portão lateral hoje cedo.”

Leia em voz alta e veja se não soa como “viela”. E você também deve ter reparado que a cacofonia leva ao vício de linguagem que acabamos de ver agora: a ambiguidade.

Mesmo em um texto, evite esse vício de linguagem lendo em voz alta seu texto no momento da revisão.

9. Timidez

A escrita tímida é aquela que usa palavras passivas, fracas e grandes com o intuito de impressionar seu leitor.⁣⠀ ⁣ ⁣

O “né” é apenas um exemplo que pode ser trocado por “tá”, “ok”, “percebe”, “entende”, “tá certo”.⁣  Um mais irritante do que o outro.⁣

Pessoas que têm costume de usar esses vícios de linguagem em sua comunicação demonstram muita insegurança.⁣

A timidez é um vício mais evidente na fala, até porque demosntramos nervosismo maior diante de um público ou durante a gravação de um vídeo. Mas pode acontecer na escrita também, então fique sempre de olhos bem atentos na hora de revisar.

Quando uma pessoa está insegura, ela precisa de um retorno positivo.⁣ Logo, ela fala como se estivesse perguntando:⁣

“Estou sendo claro, né?”⁣.⠀

“Estou falando bem, né?”⁣.⠀

“Vocês estão entendendo, né?”⁣.

Imagine se eu terminasse cada parágrafo com um desses vícios de linguagem?⁣ Tá bom pessoal?⁣ Entenderam, né?⁣⠀ ⁣⠀ Vou para o próximo tópico, ok?⁣ Um desastre!⁣⠀

Uma vez que você gera consciência sobre o problema, é mais fácil de resolvê-lo.

O “né” é a busca pela confirmação e pela aprovação, portanto, ao invés de apostar suas fichas na abreviação de “não é mesmo”, termine suas sentenças no afirmativo.

10. Plebeísmo

Não fale como você escreve. Muito menos use expressões e gírias populares em textos, ainda que seja informal.

Evite expressões que empobrecem seu vocabulário como:

  • Então, né?
  • Bom (no começo das frases)
  • Vixi
  • Tá ligado

Também evite os famosos clichés, que são ditados populares, frases e citações batidas, pelo mesmo motivo.

Se você está ai pensando o que seria um cliché ou não, veja esses exemplos:

  • Antes de mais nada
  • Ledo engano
  • Fechar com chave de ouro
  • Começar com o pé direito

Existem outros vícios de linguagem que acabam tirando a força dos seus textos, mas esses são os mais comuns e que,  na maioria das vezes, passa despercebido como um navio durante a noite.

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