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Como parar de cometer erros de português que acabam com sua credibilidade

Henrique Carvalho Escrito por Henrique Carvalho em 9 de janeiro de 2020
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A escola e a faculdade só nos ensinam a escrever sem cometer erros de português.

Você não aprende como se tornar um escritor profissional.

Porém, escrever bem não é um diferencial. É uma obrigação.

Da mesma forma que um bom árbitro não garante um bom jogo de futebol, escrever todas as sentenças com perfeição gramatical não garante o desejo nos seus leitores de virar páginas.

No entanto, não cometer erros de português é um requisito mais que básico para todo escritor profissional, copywriter, redator freelancer ou empreendedor que escreve para o seu próprio negócio.

É por aqui que vamos começar a sua jornada rumo à escrita milionária.

E ela inclui parar de cometer aqueles erros de português que podem colocar a credibilidade das suas palavras em risco.

Todas as línguas em uma só: o que podemos considerar como erros de português

Toda língua escrita e falada é marcada por diferenças. Nós adaptamos a linguagem para determinadas situações sociais e também de acordo com o grau de conhecimento que temos da língua portuguesa.

Só para ficar mais claro, temos 4 línguas dentro do português:

1. Vulgar

2. Coloquial

3. Coloquial culta

4. Ultraformal

Já aviso: os extremos nunca são desejáveis em nenhum aspecto, e na escrita não seria diferente.

A linguagem “vulgar” incorpora gírias e não tem a menor preocupação com as regras gramaticais. Nem sempre significa falta de instrução, mas sim uma forma de se adaptar à comunicação de um determinado grupo social.

É só ver e ouvir adolescentes conversando para se ter uma ideia do que estou falando.

A pouca preocupação com os erros de português, resulta em um vício de linguagem que é uma atrocidade à boa comunicação: o barbarismo, quando há um desvio grave das normas gramaticais.

Pode acontecer nas seguintes situações:

Pronúncia e escrita

  • Mortandela
  • Sombrancelhas
  • iorgurte
  • poblemas

Semântica (sentido):

Ela comprimentou a todos

Já a linguagem coloquial é aquela do nosso dia a dia, presente nas conversas e na escrita casual, como a que usamos para fazer um comentário em redes sociais ou enviar uma mensagem de WhatsApp.

Aqui existe uma preocupação mínima com a gramática na escrita,  mas erros de português como os abaixo são “tolerados”:

  • “Você assistiu o filme da Mulher Maravilha?” (“assistiu ao filme”)
  • “Não pude ir na festa de aniversário do meu sobrinho” (“ir à festa”)
  • Me deram a dica de não usar óleo para cozinha (“deram-me a dica”)

A terceira linguagem é a coloquial culta, que se preocupa com as regras gramaticais, porém mantém um ar natural tanto na fala quanto na escrita:

  • “Deixei-o descansar um pouco”
  • “Ontem assisti ao filme da Marvel que acabou de estrear”.

Por fim, temos a ultraformal, que, por imitar em tudo a linguagem escrita, se torna artificial, maçante e arcaica por usar termos excessivamente rebuscados.

Assim como a linguagem vulgar denota falta de cultura e conhecimento, a culta traz um ar esnobe e que em nada conecta com os leitores, portanto, ambas são péssimas para se comunicar na internet.

Fale e escreva respeitando ao máximo as normas gramaticais, mas sem perder a naturalidade da fala.

A principal função da escrita é comunicar uma mensagem.

Se você não se consegue se conectar com a audiência, tanto faz se o seu texto está 100% livre de erros de português, mas lotado de palavras de difícil compreensão, que colocam seus leitores no estágio que vai do tédio ao sono profundo.

E acredite: dá para escrever respeitando a língua portuguesa enquanto você encanta as pessoas.

Agora que já contextualizamos as variações da língua portuguesa, para que você adote a melhor forma de transmitir sua mensagem considerando as regras gramaticais, vamos falar um pouco sobre os erros de português mais comuns em textos pela internet afora, mas que podem colocar sua reputação em jogo.

Os 9 erros de português que você nunca mais vai cometer a partir de hoje

1. Mais ou Mas

Errado: Quero acordar cedo, mais durmo tarde todos os dias.

Correto: Quero acordar cedo, mas durmo tarde todos os dias.

Mas, sem i, é uma palavra usada principalmente como conjunção adversativa e possui o mesmo valor que porém, contudo e todavia. Transmite uma ideia de oposição ou limitação.

Mais, com i, é uma palavra usada principalmente como advérbio de intensidade, transmitindo uma noção de quantidade ou intensidade maiores, ou como conjunção aditiva, transmitindo uma noção de adição e acréscimo. Tem sentido oposto a menos.

2.Perdido no meio de tantos ‘porquês”

Porque ou Por que

Errado: Não a encontrei ontem por que fui malhar em horário diferente.

Correto: Não a encontrei ontem porque fui malhar em horário diferente.

Porque, junto e sem acento, é uma conjunção e serve para ligar duas orações. É usado quando a segunda parte apresenta uma explicação ou causa em relação à primeira.

Já a forma por que, separado e sem acento, é um advérbio interrogativo de causa e é usada quando pedimos por uma causa ou motivo, não necessariamente em uma frase que termine com ponto de interrogação.

Se tiver dúvida, substitua o por que da frase por “para que”, “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou inclua a palavra “razão” logo depois.

Porquê ou Por quê

Errado: Ela se demitiu, não sei porquê.

Correto: Ela se demitiu, não sei por quê.

Porquê, junto e com acento, substitui as palavras razão, causa ou motivo. É um substantivo e pode vir acompanhado por artigos, pronomes e adjetivos. A palavra geralmente é antecedida de artigo “o” ou “um”.

Use a expressão por quê, separado e com acento, quando ela estiver no fim da frase, seja pergunta ou não.

3) Nada a ver ou Nada haver

Errado: Esse tipo de música não tem nada haver comigo.

Correto: Esse tipo de música não tem nada a ver comigo.

O verbo haver está frequentemente associado a existir, por isso, é comum que algumas pessoas achem que uma coisa não coexiste com outra e utilizam nada haver.

Nada a ver é a forma negativa da expressão ter a ver, que possui o sentido de não ter relação com ou  não corresponder.

4). Senão ou Se não

Errado: Senão estudar, não irá tirar boas notas.

Correto: Se não estudar, não irá tirar boas notas.

Para tirar essa dúvida cruel, basta encaixar um pronome reto (sujeito) entre o se e o não: “Se ele não, não irá tirar boas notas.”

Senão, em uma só palavra, tem vários significados: de outra forma, mais do que, do contrário, aliás, a não ser, menos, com exceção de, mas, defeito, erro, de repente, subitamente.

5) Onde ou Aonde

Errado: Não sei aonde fica o prédio da reitoria.

Correto: Não sei onde fica o prédio da reitoria.

Ambos são advérbios usados para indicar lugar, porém a preposição a de aonde indica que essa palavra deve ser usada somente quando estiver relacionada a verbos que pedem tal preposição e a orações que sugerem movimento, como:

“Aonde você vai?” (quem vai sempre irá a algum lugar).

Onde é usado em situações nas quais a ideia de movimento não está presente.

Para ter certeza de que empregou corretamente, substitua aonde por para onde: “Para onde você vai?”. Se não for possível fazer a troca, opte por onde.

6) Erros de conjugação e regência de verbos em geral

O uso correto dos verbos pode gerar muita confusão. Não só quanto à ortografia, mas especialmente em relação à conjugação e à regência.

Sobre a conjugação, sabemos que são muitos tempos verbais para memorizar, mas a principal dúvida, em geral, é em relação à pessoa.

Para sanar essa dúvida, é necessário prestar atenção ao sujeito da oração (a pessoa/objeto que comete a ação), pois o verbo sempre se flexionará de acordo com ele.

A respeito da regência, um verbo pode ser transitivo (direto, indireto e ambos ao mesmo tempo) e intransitivo.

Verbo transitivo é aquele que exige um complemento para fazer sentido. Se for transitivo direto, é porque não existe uma preposição que liga o verbo ao complemento.

Exemplo: Eu ouço música (quem ouve, ouve alguma coisa).

Caso seja transitivo indireto, há uma preposição (a, de, com, para…) entre o verbo e o complemento.

Exemplo: Aquelas crianças obedecem aos pais (quem obedece, obedece a alguém).

O verbo ainda pode ser transitivo direto e indireto, isto é, possui um objeto direto e um objeto indireto ao mesmo tempo.

Exemplo: A revista dedicou a matéria aos heróis da guerra. (nesse caso, quem dedica, dedica alguma coisa a alguém)

Verbo intransitivo é aquele que não precisa de um complemento para ter sentido. Exemplos: sair, morrer, nascer, dormir, acordar.

7) Tem ou Têm

Errado: Eles tem que comparecer à reunião de pais e mestres.

Correto: Eles têm que comparecer à reunião de pais e mestres.

Ambas são formas conjugadas do verbo ter no presente do indicativo, mas estão conjugadas em diferentes pessoas.

Tem está na 3ª pessoa do singular e têm está na 3ª pessoa do plural.

8) Meio ou meia

Meio pode ser advérbio de intensidade e numeral fracionário.

Como advérbio, tem sentido de “um pouco” e se apresenta vinculado a um adjetivo, não varia: meio cansada, meio distraído, meio metida, meio maluco.

Como numeral, virá vinculado a um substantivo e concorda com o gênero (feminino e masculino): meio litro, meia xícara, meio pote, meia hora.

9) Uso (ou não) da crase

Crase é uma palavra de origem grega que significa fusão e, já nos mostra no seu próprio nome, qual seu papel na escrita.

Ou seja, quando a preposição “a” se junta em uma frase com o artigo “a”, temos o caso mais comum do uso da crase.

“Você já foi à Amazônia? ”

O verbo ir é seguido da preposição “a” e Amazônia antecedida pelo artigo feminino “a”.

Agora veja esse exemplo:

“A Amazônia é o pulmão do mundo”.

Temos somente o artigo “a”.

Importante prestar muita atenção quando o substantivo feminino está oculto:

“Prefiro a livraria do centro da cidade à do lado de casa”.

A palavra “livraria” está oculta. Nesse caso, o “a” não é um artigo, mas sim um pronome demonstrativo feminino, que é o outro caso que justifica o uso da crase.

E também em locuções adverbiais com substantivos femininos, como:

  • à risca
  • à beça
  • à esquerda
  • à parte
  • às cegas

A crase está proibida:

  • Antes de substantivos masculinos (andar a pé)
  • Antes de verbos (aprendeu a ler)
  • Antes de numerais (de 1 a 5)
  • Entre substantivos iguais (dia a dia)
  • Quando está sozinho antes da palavra no plural (a pessoas famosas)
  • Antes de nomes de santas (Nossa Senhora)
  • Depois de preposições (ante, após, com, conforme, etc)
  • Antes da palavra casa no sentido de lar (voltou a casa ontem à noite)
  • Antes do artigo indefinido “uma”
  • Antes de nomes de lugares que não admitem artigo feminino (Viajei a Paris no mês passado).

Se você não quer correr mais riscos de matar a língua portuguesa em um acidente trágico, conheça os 80 erros gramaticais mais comuns que catalogamos nesse infográfico aqui.

Como fazer uma revisão contra erros de português

Você usa corretor ortográfico ao escrever?

Você para no meio do que está escrevendo para corrigir uma palavra errada?

E se eu te contar que escritores profissionais nunca editam enquanto escrevem?

A escrita é uma atividade que exige criatividade. Você está tirando ideias da sua cabeça e colocando em uma página em branco. Porém, a revisão é uma atividade lógica e racional.

Você procura erros de português, parágrafos confusos e ideias sem pé nem cabeça.

Misturar revisão com criação resulta em caos. Toda vez que você para, corrige uma palavra, um trecho ou um parágrafo é uma ideia que morreu na sua cabeça.

Sim, ele estará um lixo, como todo primeiro rascunho. Provavelmente lotado de erros de português e de digitação.

Mas é na revisão que seu texto irá ganhar vida.

Portanto, se você deseja escrever profissionalmente, siga meu conselho contraintuitivo:

  • Desative seu corretor ortográfico na hora de escrever.
  • E evite apertar a tecla de deletar no teclado.

Separe bem o momento criativo de escrever do momento lógico de revisar.

E seus textos ganharão velocidade, consistência e precisão.

Por falar em corretores automáticos, jamais confie cegamente nessa ferramenta para corrigir eventuais erros de português dos seus textos. Muito menos para revisar o sentido das palavras e dos parágrafos.

Por mais que a inteligência por trás dessas ferramentas tenha melhorado consideravelmente, não dá para esperar que ela faça todo o trabalho. O corretor comete erros semelhantes:

  • Ele não encontra palavras comidas/perdidas.
  • Ele não muda palavras escritas corretamente (ainda que o significado esteja incorreto).
  • Não identifica alguns erros de concordância.
  • Não verifica frases não atrativas.

Gramática perfeita não garante um texto perfeito

Nunca escolha uma boa gramática ao invés de uma escrita que flui.

Compor textos com uma boa escrita e sem erros de português só irá te levar alguns poucos metros adiante.

Uma zona de conforto que assombra a maioria dos escritores que juram de pés juntos que escrever bem é o bastante.

Quantas pessoas você conhece que até escrevem bem, mas não ganham mais do que um salário mínimo com seus textos? Você já se perguntou por que isso acontece?

Suponha a seguinte frase:

“É meu objetivo utilizar minha experiência em gestão de forma mais completa do que até agora tem sido o caso.”

E aí? Ela gerou desejo ou sono?

Comunicando de forma mais direta:

“Procuro um emprego melhor.”

Da mesma forma, perceba o contraste nas frases abaixo:

“Ele parecia cansado.”

É uma frase direta, mas sem emoção alguma.

Procurando gerar mais desejo com exemplos vívidos, poderíamos reescrever:

“Ele se jogou em sua cadeira. Suas pálpebras caíram e seu queixo afundou em seu peito.”

Deu até para imaginar essa cena, não é mesmo?

Um profissional sabe que na batalha entre lógica x emoção, o lado emocional sempre ganha o coração dos leitores.

Essa é uma decisão simples, mas ao praticar nesse novo formato, você está treinando para sair dessa 1ª Camada, evoluindo pra níveis superiores na escrita.

Se você  quer conhecer e dominar as 5 camadas da escrita profissional, conheça o treinamento Escritor Milionário.

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