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Do lixo ao luxo: 11 melhorias para transformar um texto ruim em uma obra-prima

Henrique Carvalho Escrito por Henrique Carvalho em 3 de março de 2021
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Para se tornar um excelente escritor, é preciso se permitir escrever textos ruins.

A pressão enorme de escrever cada artigo, cada post, cada frase como se fosse uma obra-prima da literatura paralisa até os mais talentosos, que nunca descobrem tal talento porque não se dão a permissão de tentar.

Se você junta isso às inevitáveis comparações com textos de outros autores que admira então…

Parece que todo mundo nasce sabendo escrever maravilhosamente bem.

Mas até os maiores escritores do mundo já escreveram rascunhos que não serviram para nada além de encher a lata de lixo.

E muitos deles ainda produzem textos ruins.

Cometem erros ortográficos e de digitação.

Terminam com frases fracas e mal acabadas.

Não conseguem trazer clareza e fluidez para seus textos nas primeiras tentativas.

E isso não é problema algum.

Porque um texto de qualidade duvidosa pode se tornar algo digno de ser lido e apreciado com uma boa revisão.

Mas para levar seu texto do lixo ao luxo, você precisa conhecer a diferença entre um texto ruim e uma escrita excelente.

O que faz um texto ruim?

É na escola que aprendemos a ler e escrever.

Porém, essa escrita nada tem a ver com o que vemos nos meios de comunicação usados pela maioria das pessoas.

Mais importante do que seguir regras, é escrever de forma interessante.

Conquistar leitores para transformá-los em clientes ou em uma audiência fiel, eliminado as características mais comuns presente em textos ruins.

1.Parágrafos muito longos.

Quando vejo um texto com um único parágrafo de 300 palavras a música do filme “Missão Impossível” começa a tocar.

Blocos enormes de texto não afetavam em nada sua nota de redação no ensino médio.

Mas, se você adota a mesma lógica para escrever artigos, posts, emails e páginas, verá que ninguém terá paciência de ler seu conteúdo até o fim, fazendo desse o primeiro sintoma de um texto ruim.

Limite seus parágrafos a 3/4 linhas  e alterne os comprimentos para criar ritmo e enfatizar frases mais importantes dentro do seu texto.

2.Palavras rebuscadas e difíceis cheias de garbosidade

Vou deixar a fala para dois escritores que souberam fazer fortuna da sua habilidade em duas áreas diferentes.

Primeiro, Stephen King:

“Uma das piores coisas que você pode fazer para a sua escrita é enfeitar o vocabulário, procurar por palavras longas apenas por um pouco de vergonha de usar as curtas”.

Essa é uma questão matemática: qual palavra você leva mais tempo para ler?

  • Eventualidade (7 sílabas)
  • Acaso (3 sílabas)

E o publicitário, David Ogilvy, em uma carta a seus empregados:

“Nunca usem jargões como recontextualizar, desmassificar, atitudinal, julgamental. São marcas de um imbecil pretensioso.”

Um truque simples é usar sinônimos quando você encontrar palavras com mais de 5 sílabas. Você pode encontrar esses substitutos no site sinônimos.com.br.

3.Ser impessoal e técnico demais.

Se você é um engenheiro, cientista ou médico, manter o foco no objeto de estudo e ser imparcial é uma boa ideia.

Mas você já leu algum desses estudos?

Então, vamos combinar que não é exatamente a coisa mais interessante para se fazer no tempo livre.

Mais uma vez: lembre-se para quem você está escrevendo.

São trocas simples que permitem seu texto levantar defuntos com uso de metáforas.

  • Ao invés de escrever “ele estava no centro de vários problemas” use “ele estava no olho do furacão”.
  • Ao invés do trecho “esclarecer uma situação e deixar claro um ponto confuso” use “pôr os pingos nos is”.
  • Ao invés de escrever “ela estava muito furiosa” use “ela estava cuspindo fogo”.

4.Texto sem formatação

O texto sem formatação é monótono, assim como os artigos acadêmicos.

Para dar vida ao seu texto e torná-lo mais interessante, você só precisa escanear sua escrita para encontrar áreas que merecem um toque a mais.

Use uma (ou algumas) dessas formatações:

  • Itálico
  • “Citações”
  • Sublinhado
  • Negrito
  • CAIXA ALTA
  • Marcador
  • Contraste de cor
  • Tamanho da fonte

Só não exagere no uso desses elementos ao longo do seu texto.

5.Um texto ruim é escrito na voz passiva

A voz ativa favorece o leitor.

A voz passiva torna seu texto ruim e mostra que você é um escritor tímido ao compartilhar suas ideias.

Veja esses exemplos:

Voz ativa: O corpo foi levado da cozinha e colocado no sofá da sala.

Voz passiva: Freddy e Myra levaram o corpo para fora da cozinha e o colocaram no sofá da sala.

Voz ativa: As palavras fracas são usadas por escritores tímidos.

Voz passiva: Escritores tímidos usam palavras fracas.

Prefira textos mais diretos (forma ativa) para cativar a atenção do seu leitor.

6.Evite clichês como vampiros fogem da cruz

Os clichês aparecem quando o escritor não consegue encontrar formas mais criativas de expressar uma ideia, então acabam por apelar para chavões repetitivos.

O grande culpado pela proliferação dos clichês e textos ruins?

O vocabulário pobre e falta de boas leituras.

Se você lê apenas sites de notícias e post de Instagram (ambos lotados de frases batidas), considere incluir bons livros e artigos de sites confiáveis na sua lista de leituras diárias.

Além de recorrer a dicionários, como o Dicionário Criativo.

Cuidado também com os vícios de linguagem. Veja quais deles estão presentes em textos ruins no artigo “10 vícios de linguagem que sugam energia dos seus textos”.

7.O exagero é mil vezes pior do que afirmações fracas

Quem diz que exageros são problemáticos é o grande Mark Twain:

“Toda vez que você sentir vontade de usar “muito” substitua por “droga”;’ seu editor vai deletar e sua escrita será o que precisa ser”.

O exagero aparece com o uso de superlativos; palavras como “realmente”, “muito” e “extremamente”usados para modificar um adjetivo como forma de ampliar aquela qualidade.

Dizer “ele é honesto” ou “ele é muito honesto”, muda algo na afirmação? A percepção do leitor é alterada pela palavra “MUITO”.

O efeito pode até ser o oposto: ao tentar provar algo com um superlativo, criamos a dúvida na cabeça no leitor: será que é tudo isso mesmo?

8.Advérbios e adjetivos realmente excessivos e exagerados

Stephen King é um grande opositor dos advérbios, enquanto C.S Lewis crítica o uso desmedido de adjetivos.

“Eu acredito que o caminho para o inferno é pavimentado com advérbios” – Stephen King

Palavras como:

  • Incrivelmente
  • Estupidamente
  • Maravilhosamente
  • Insanamente
  • Infelizmente
  • Perfeitamente
  • Certamente

Esses são os advérbios que o tiram o poder de uma metáfora, dando lugar a preguiça ao exagerar uma situação.

Não é pecado usar advérbios, mas veja como a frase a seguir se torna mais vívida na mente do leitor:

Com advérbio: “Minha nossa! Seu quarto está incrivelmente desorganizado”.

Trocando-o por uma metáfora: “Minha nossa! Um furacão passou pelo seu quarto?”.

Perceba que o uso do advérbio é um exagero para desorganização. Dessa forma, o escritor está descrevendo o ambiente de uma maneira pobre.

Porém, ao usar uma metáfora, ele pode ignorar a palavra “desorganização”.

A imagem de um furacão surge na mente do leitor.

É nessa hora que o escritor ganha sua atenção plena, pois o fez imaginar uma cena.

Lewis diz que o uso de adjetivos significa que você está delegando seu trabalho para o leitor. Ao invés de descrever uma situação de forma a causar medo em que lê, o simples uso da palavra “assustador” é a muleta do preguiçoso, muito parecido com o exagero de advérbios.

Outra forma de você trazer clareza para seus textos seria tornando o ambiente, as ações e até os pensamentos mais vívidos (mais fáceis de experienciar), como o exemplo:

“Ela estava com frio.”

Trocar por:

“Seus dentes batiam enquanto ela soprava seus dedos.”

9.Palavras que não servem a nenhum propósito e são reduntantes e mais do que necessárias para passar uma ideia

Um escritor deve analisar cada palavra que coloca no papel com atenção, já que o jogo é ganho ou perdido por causa dos detalhes.

Palavras extras, jogadas em um texto sem necessidade, só engordam seus parágrafos e fazem a leitura virar uma corrida em um terreno cheio de pedras soltas, típico de um texto ruim.

A palavra “tipo” é uma dessas, que pode ser eliminada 9 em cada 10 vezes, por não acrescentar nada relevante ao texto.

Mas está longe de ser a única. Essas são outras pedras soltas no seu caminho:

  • Preposições desnecessárias junto a um verbo (peça agora).
  • Advérbio com o mesmo significado do verbo (sorria feliz).
  • Adjetivo que evidencia um estado já conhecido (arranha-céu alto).
  • Anúncios como “estou tentado a dizer” ou “agora vou falar sobre”.
  • Sentenças que repetem o que a anterior acabou de afirmar.

10.Usar “pontuação” como decoração!!!

Esses são 3 erros bobos que todo escritor iniciante comete na hora de pontuar seu texto.

1️⃣ Aspas

Escrever frases com muitas aspas mostra insegurança com a escrita informal.

Quando meu irmão e eu brincávamos de futebol era sempre “à vera”.

À vera é uma expressão coloquial para seriedade.

O mesmo vale para a frase:

Foi então que a “ficha caiu” para ele.

Abrace a linguagem informal sem precisar sinalizar com aspas toda vez que usá-la em seu texto.

2️⃣ Pontos de exclamação

Ao escrever “Compre meu produto agora!!!” você demonstra total insegurança sobre o que está vendendo.

Usar o ponto de exclamação no momento da venda é como entrar na loja e um vendedor correr ansioso até você para te empurrar algo.

Ele não é bem-vindo no mundo de copywriting.

Porém, usar um ponto de exclamação na conversa entre personagens é ótimo para revelar emoções.

Maria perguntou à João:

“Posso pegar emprestado sua mochila?”

Ele respondeu com sangue nos olhos:

“Não!”

Perceba como apenas um ponto de exclamação basta.

Se ele respondesse:

“Não!!!!”

As emoções tornam-se confusas quando você exagera no uso de exclamações.

Portanto, quando usar o ponto de exclamação, prefira um ao invés de vários.

3️⃣ Reticências

Usar reticências em excesso é como simular a fala de um bêbado.

Hoje eu estava refletindo…

Sobre o que aconteceu semana passada…

Ainda não consigo acreditar…

O sofrimento não passa…

E já nem quero pensar mais sobre isso…

Os três pontinhos, conhecidos como reticências ou elipses, confundem o leitor da mesma forma que vários pontos de exclamação.

Portanto, use-os com moderação.

11.Falta de especificidade, mas nem tanto

Ser específico em um texto é fundamental para imprimir a imagem que você deseja na mente de quem lê.

No entanto, é muito comum que um escritor ou copywriter caia na armadilha de ser vago em suas descrições e cair na abstração total.

Assim como é difícil entender obras de arte abstratas se você não é um amante, profissional ou estudioso da área, não é fácil para o leitor compreender o que você quis dizer quando fez uma abstração em seu texto.

Usar analogias, símbolos e metáforas para explicar conceitos muitas vezes complexos, torna esse processo descomplicado e possível até para que uma criança consiga compreender.

No artigo “25 dicas de escrita criativa dos grandes nomes que fizeram (e estão fazendo) história” trouxe uma dica do grande copywriter John Caples: seja específico.

No seu livro “Tested Advertising Methods” ou “Métodos testados de publicidade”, John Caples conta a história de uma pequena fábrica, que afirmava que o seu padrão de qualidade era 52.7% maior do que a média.

Quando, a campanha usou o número arredondado de 50%, a demanda caiu drasticamente, pois o número 52.7% é bem mais específico, dando a impressão de ser algo mais próximo da verdade.

O mais importante no seu desenvolvimento é o ato de encarar a página em branco e escrever.

E desenvolver senso crítico, confiança e sinceridade para definir se ele(a) está diante de um texto ruim ou algo que mereça ser lido e compartilhado.

Para ser excelente em algo, é preciso ser ruim primeiro.

Isso significa que você está tentando.

E aperfeiçoando, mesmo quando erra.

O que importa é que você está mantendo o ritmo.

Sem a pressão pela perfeição, mas com a obsessão pela constância.

Escrever bem é uma mistura de arte e ciência. Da técnica com a sensibilidade, do treino com a criatividade e o hábito com a inspiração.

Envolve tanto a escrita criativa e solta quanto a revisão analítica e crítica.

Junta tanto técnicas e dicas como essas que você vai encontrar nesse post quanto o desenvolvimento da sua criatividade.

Quando desenvolvi o método do Escritor Milionário, busquei justamente unir arte e ciência para trazer para aqueles que querem viver da escrita, ou usá-la para impulsionar seu negócio digital.

Se você quer aprimorar sua habilidade de escrever e ganhar dinheiro com ela, assista à palestra gratuita:

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